Após sujeira e falta de estrutura na primeira noite, prefeitura planeja ações para a calourada na Saturnino de Brito

Vitória Parise

Após sujeira e falta de estrutura na primeira noite, prefeitura planeja ações para a calourada na Saturnino de Brito
Foto: Letícia A. Klusener (Diário)

O segundo semestre letivo da Universidade Federal de Santa Maria teve início nesta segunda-feira (12) e já provocou polêmica. A tradicional festa dos calouros e veteranos, na Praça Saturnino de Brito, acabou não tendo nenhuma organização prévia por parte da prefeitura e dos órgãos de segurança, como nas edições anteriores. O resultado: muito lixo e cacos de vidro pelas ruas e queixas de moradores quanto ao barulho e à sujeira.

Para os santa-marienses que convivem diariamente com o pós-festa, é um “cenário de guerra”, termo usado por Adalberto Pavan, de 68 anos, após circular pelo local na manhã desta terça-feira (13), onde, além do grande volume de lixo, ele encontrou diversos pedaços de vidro espalhados pelo chão. Para ele, a baderna seria amenizada se houvesse um local ideal, e fechado, para a concentração dos estudantes. 

– Não se imagina isso em Santa Maria, uma cidade onde vários profissionais são formados, nem animais fazem isso. Essa balbúrdia deve ser organizada em outro lugar, seja no campus ou até mesmo na Gare, que é fechada – sugere o dentista.

Foto: Gilberto Ferreira (Bei)

O número de estudantes superou as expectativas

Em entrevista para o programa Bom dia, Cidade!, da Rádio CDN, Alexandre Lima, chefe de gabinete do prefeito, falou sobre a estrutura e planejamento para os próximos dias de evento. De acordo com ele, 16 câmeras do Centro Integrado de Segurança Pública de Santa Maria (Ciosp) realizaram o monitoramento do local, juntamente com um efetivo reduzido de policiais da Brigada Militar e Guarda Municipal, e com a BMT Assessoria Operacional, responsável por isolar os acessos das vias. 

Lima conta que o número de estudantes foi motivo de felicidade e surpresa, já que a equipe não imaginou uma movimentação tão intensa na praça neste segundo semestre letivo. Além disso, esperava que a programação de recepção dos calouros apresentasse atividades presenciais dentro da instituição, concentrando os alunos no local.

– Nós imaginávamos que as atividades de recepção dos calouros, que são em menor número neste segundo semestre, eles se dariam dentro da universidade. A nossa intenção não era atrapalhar ou sobrepor os eventos que seriam realizados dentro da universidade.

Para organizar o evento, uma reunião será realizada com o Executivo municipal e órgãos de segurança nesta terça-feira (13), para organizar a estrutura da Calourada Segura deste segundo semestre. Serão abordados pontos como a limitação do horário de funcionamento dos estabelecimentos, instalação de banheiros químicos e a ampliação de efetivos de segurança. 

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Vice-reitora comenta sobre o caso

Ainda nesta terça-feira (13), ao falar sobre os resultados do Enade da UFSM ao Bom dia, Cidade!, Martha Adaime, vice-reitora da Universidade Federal de Santa Maria, comentou sobre a repercursão das atividades da calourada. Ela salienta que, os eventos ‘fora do arco’ não são organizados pela instituição. Diferente da Calourada da UFSM, onde mil calouros foram recebidos com uma programação que inclui apresentações de dança, falas institucionais e show de banda. Para ela, a comemoração na Praça Saturnino de Brito é uma tradição conhecida por todos, e acontece pontualmente no início dos dois semestres letivos, e é importante que a cidade se prepare para receber esses jovens que estão sedentos por receber tudo que Santa Maria tem para oferecer. 

– Então eu realmente fico muito triste com este tipo de comentário porque não é o comportamento do nosso aluno que está fazendo isso. Se tivesse um local adequado, com banheiro, é que quando se organiza fica tudo melhor. Fica parecendo então que os nossos calouros realmente são bichos. Nossos calouros são calouros e não bichos. E certamente eles vão adotar os lugares para ir e a infraestrutura não depende deles e não depende de nós – reforça. 

A volta às aulas

Ao todo, os quatro campi da universidade – Santa Maria, Cachoeira do Sul, Palmeira das Missões e Frederico Westphalen –, esperam cerca de 30 mil estudantes nesta retomada das aulas, com um calendário que deve se estender até fevereiro de 2023.

Há décadas, a volta às aulas na UFSM e nas universidades está ligada à tradicional comemoração dos calouros  – carinhosamente apelidados de bixos, que ocorre na Praça Saturnino de Brito, a famosa Praça do Brahma, na esquina das ruas Doutor Bozano e Duque de Caxias. O evento divide opiniões dos santa-marienses: de um lado, os universitários que desejam comemorar a aprovação, do outro, moradores que reclamam do barulho durante a semana e a grande quantidade de lixo deixada nas vias públicas.

Para garantir a segurança do local, nas edições anteriores da festa, a prefeitura organizava a Calourada Segura, em parceria com as forças de segurança do município. Além de trancar ruas para evitar acidentes e de reforçar a segurança, eram instalados banheiros químicos e feita a limpeza das ruas ainda na madrugada. No entanto, até o fechamento desta reportagem, nenhuma programação foi divulgada.

Colaborou Letícia A. Klusener, [email protected]

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